A Colômbia produz somente 0,37% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de todo mundo. E, comparando as emissões per capita com outros países, também se encontra abaixo da média mundial e de outros países da região. O país somente pode ser considerado como intensivo em carbono se nos concentrarmos nas emissões anuais relacionadas ao produto interno bruto (Del Valle, 2015).
Apesar disso, a Colômbia, assim como muitos outros países da América Latina e Caribe, é um país muito vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas. Esta vulnerabilidade se deve a características geográficas e climáticas de toda região, além das condições socioeconômicas e demográficas. Adiciona-se também o alto grau de dependência de ativos naturais, já que grande parte dos países da América Latina e Caribe possuem como principal atividade econômica a exportação de commodities.
Entre as principais fontes de emissões colombianas, pode-se destacar as de origem agrícola, do setor de transporte, da indústria de energia, e de manufatura e construção (Minambiente, 2016).
A Colômbia ratificou o Protocolo de Quioto em 30 de novembro de 2001. Sendo assim, o país publica e determina metas de redução das emissões de GEE através da sua Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC, da sigla em inglês). Segundo o documento mais recente, o país estabeleceu a meta de reduzir 20% das emissões de GEE em relação às emissões projetadas até 2030 (iNDC Colombiano).
Programa Estratégia Colombina de Desenvolvimento Baixo em Carbono
Visando ao atingimento da sua meta de redução, foi desenvolvido em 2012, o Programa Estratégia Colombiana de Desenvolvimento Baixo em Carbono (ECDBC) (Figura 1). Trata-se de um planejamento de desenvolvimento a curto, médio e longo prazos, liderado pelo Ministério de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e que busca dissociar as emissões de GEE do crescimento da economia colombiana (Minambiente, 2016).
O programa foi desenhado de forma a trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais simultaneamente. E possui como setores participantes: Indústria, Energia, Mineração, Transporte, Habitação, Resíduos e Agricultura (Minambiente, 2016).
Dentro da temática do Programa ECDBC, o Projeto ABNT/BID realizou uma parceria com o Ministério de Meio Ambiente colombiano, através da Diretoria de Mudanças Climáticas. Com isso, foi possível a participação em um seminário que ocorreu no dia 25 de novembro de 2016, na cidade de Bogotá.
O Projeto ABNT/BID
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), desenvolveu o projeto “Fomento à Gestão dos Gases de Efeito Estufa e a Verificação por Terceira Parte em Pequenas e Médias Empresas no Brasil” entre os anos de 2012 e 2016.
Tendo as Mudanças Climáticas como pano de fundo do projeto, o mesmo visou capacitar 200 empresas de pequeno e médio porte no Brasil para medir, gerenciar e reduzir suas emissões de GEE. O projeto treinou profissionais que trabalham com as Pequenas e Médias Empresas (PME) na realização de seus inventários de emissões, englobando as normas ABNT NBR ISO 14064 e protocolos de GEE, com foco no Programa Brasileiro GHG Protocol. Pela primeira vez no Brasil, foram formados validadores/verificadores líderes em inventários de emissões de GEE.
Seminário Internacional sobre Reporte Corporativo
O evento “Seminário Internacional sobre Reporte Corporativo” foi um momento importante de diálogo entre diferentes entidades colombianas, como governo, empresas, ONGs entre outros, sobre o andamento do Programa ECBDC, e a apresentação por parte da equipe do projeto ABNT/BID sobre a experiência brasileira no tema gestão de GEE em pequenas e médias empresas e os resultados obtidos no país (Figura 2).
Bons frutos serão colhidos dessa parceria através de acordos de cooperação técnica e troca de conhecimentos. Além de auxiliar no fortalecimento da América Latina e Caribe como bloco político com ações de referência na temática de gestão das emissões de GEE e mercado de carbono.
Fonte: ABNT